quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dezoito de Agosto

Hoje, 18 de agosto, assim que o relógio marcou meia noite, eu agradeci a Deus por todas as coisas que ele me deu. Reparei que em 24 anos eu nunca disse obrigada logo no começo do “meu dia”. Sempre agradeci no final depois de curtir tudo que tinha direito... depois de ganhar todos os parabéns... todos os abraços... todos os votos de felicidades... somente agradecia depois de me divertir e rir muito.

Hoje eu agradeci por ter um emprego bacana... por estar caminhando bem rumo a minha carreira que decidi trilhar... agradeci por todos os meus amigos que estão sempre juntos comigo, direta ou indiretamente... pela minha familia... agradeci pela minha vida antes mesmo que alguém me desse o primeiro abraço!

Hoje me dei um presente tão diferente: tirei um tempo só pra mim. Só pra pensar em todas as coisas que já fiz... que já passei... que já perdi... que já ganhei... que já vivi... que tive medo... que enfrentei! Hoje, como diria a canção da Vanessa da Mata,  decidi  “... passar o dia cantando, de hoje em diante, eu juro felicidade a mim! Na saúde, na saúde, juventude e na velhice! Vou pelos caminhos brandos a minha proposta é boa, eu sei...”

Ai ai... quantas experiências... quantos  momentos... quantas alegrias... tristezas... surpresas... decepções... sorrisos... lágrimas... vitórias!  Um filme tão grande passou  rápido pela minha memória... mais um ano... mais uma florzinha plantada no meu jardim... quantas coisas deixei de fazer, mas quantas coisas eu conquistei!

Hoje descobri que não devo me importar com a ‘velocidade’ com que os números aumentam... a minha essência sempre será a mesma... inocente, madura, persistente, sensível e até mesmo muito implicante... rsrsr... que venha a idade... que venham os anos!

Continuarei insistindo e cantando aquela canção que diz que: “ ...de hoje em diante, tudo se descomplicará. Com o nariz de palhaço rirei de tudo que me fazia chorar...” Hoje eu agradeci a Deus por ter nascido... por poder sorrir... por ter saúde e condição de escrever mais uma linha na história do universo!

domingo, 14 de agosto de 2011

Pai

Vai dormir, está tarde! Acorde cedo, você precisa praticar esporte! Cadê seus óculos? Precisa comer mais verduras! Você não pode comer isso, faz mal. Você vai beber, então dorme lá ou eu te busco! Aonde você vai?  Quem vai? Com quem você estava? Quer ir comigo à (tal) lugar? Você precisa estudar mais, minha filha! Você não tem foco! Eu não cobro de quem não tem mais a oferecer! Você pode sim, precisa querer! Seu irmão não é mais inteligente que você, muito pelo contrário, o diferencial é a dedicação que você não tem! Eu te ajudo! Está precisando de alguma coisa? Não tenha medo. Eu amo você!

Me lembra a discos riscados, repete a mesma coisa vinte mil vezes. No entanto, o que parece chatice é cuidado. Cuidado muitas vezes excessivo e bem difícil de compreender!

Um homem. Um pai. Ser pai é missão de grandes responsabilidades. É saber dizer não, é ser firme e ao mesmo tempo amoroso. É ter sabedoria para transmitir segurança ao filho de passos vacilantes, inclusive depois que a criança cresce e precisa trilhar o próprio caminho. Um pai se importa e encoraja. Um pai sofre com a tristeza do filho e fica feliz com o seu sucesso!

É com ele que eu conto nos momentos mais difíceis. É pra ele que eu liguei todas as vezes em que bati o carro. É com ele que eu converso quando quero mudar de emprego. É com ele que eu discuto futebol, política, religião... São seus conselhos que eu peço quando estou perdida. É com ele que eu mais brigo e é ele uma das pessoas mais importantes da minha vida! Eu já tive vergonha dele e hoje me vergonho é de ter sido tão mimada!

Dizem que nossa personalidade é idêntica... A vida toda eu pensei: ‘imagina que eu sou assim’, mas de fato temos muito mais em comum do que eu enxergava. Agora, consigo entender o porquê que ele pega tanto no meu pé, me colocou inúmeras vezes de castigo, me fez pedir desculpas quando briguei com o vizinho e me apoiou quando eu discuti com a professora. Ele não passa a mão na minha cabeça e sabe ser imparcial de uma forma que poucos são!

Ele tem um olhar de tratar qualquer insegurança. Possui mãos hábeis que prepara a melhor comida do mundo! Suas mãos me fizeram conhecer o mais forte e sincero abraço e também as merecidas palmadas.

Nunca esquecerei que foi ele quem incutiu em mim o hábito da leitura... A coleção de livros da “Rapunzel”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve” e “Os Três Porquinhos”, entre outros, que ele me deu está cuidadosamente guardada para presentear seus netos.

Obrigada por insistir para que estudasse, para que eu escrevesse, para que eu lesse mais. Obrigada porque você sempre acreditou em mim e incentivou um talento, que minha autocrítica, inúmeras vezes, me fez dar passos atrás e que você nunca me deixou desistir.

Hoje, ao desejar “Feliz Dia dos Pais!”, sem notar eu disse: “Feliz Dia das Mães!”, e mesmo sem querer não errei, porque meu pai pra mim é uma MÃE!

Pai, eu te amo!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A vida é tão passageira...

... e como aproveitamos ela? Damos o devido valor? O que este mundo ainda tem reservado pra nós? Alegrias, tristezas, desastres, vitórias, amigos, inimigos? O quanto ainda precisamos sofrer... chorar... perder... para dar valor numa coisa que ganhamos? Bem que se diz que tudo o que se ganha fácil, vai fácil... mas com a vida deveria ser diferente, deveríamos agir diferente.

Essa semana a perda de alguém muito importante abalou muita gente ao meu redor... uma pessoa jovem, cheia de vida, amigo de verdade, mas que infelizmente teve um fim que ninguém esperava: a fatalidade de um acidente de carro... o fim de uma vida promissora.

Percebo que realmente a vida é curta, mas nem por isso devemos extrapolar. Vivemos para o trabalho, saímos, curtimos, brigamos, sorrimos... sempre que podemos aproveitamos tudo... só esquecemos de agradecer a Deus por estarmos vivo... pelos amigos com quem dividimos tudo... pela família...

O tempo passa e aí percebemos que até o dia de ontem estava tudo bem, éramos amigos... depois, por uma discussão a toa ou até mesmo pela correria do dia a dia deixamos de nos falar... e amanhã pode ser tarde pra tentar recuperar o tempo perdido. A gente não se via com tanta frequência... mas tínhamos amigos em comuns e então várias vezes a gente se ‘trombava’ e apesar da distância a conversa fluía numa boa...

Sabe, dói muito ver seu amigo chorar e não poder dizer nada para consolá-lo... não existem palavras que amenizam a dor nessa hora... Dói demais ver uma mãe, um pai chorando... implorando que o tempo voltasse... e que o seu filho estivesse ali ao seu lado... falando... sorrindo... acrescentando a alegria de viver... Como dói ver todas as pessoas que você ama reunidas para tentar consolar umas as outras... e é nessas horas que você percebe que o ser humano é sim, um indivíduo cheio de sentimentos...

Hoje eu percebo que é real quando as pessoas afirmam que é preciso dizer ao outro o quanto você o ama, o quanto ele é importante... é real quando se diz que é necessário dar valor nas pessoas enquanto estão vivas. A vida é tão inesperada que a qualquer momento a pessoa que você ama se vai e você não teve tempo de dizer o quão especial ela era na sua vida, por medo de não ser correspondido... por vergonha... ou por algum motivo que ninguém consegue explicar...

Aprenda a extrair o melhor de todas as pessoas sempre e aprenda com seus erros... aprenda a guardar na memória os bons momentos... o sorriso... o olhar... as histórias... os beijos... as brincadeiras... os ensinamentos... os abraços... é isso que fica de uma amizade bem estruturada.

Não posso negar que não fico revoltada com um fato tão prematuro... é  impossível não ficar... é um choque difícil de assimilar, uma notícia complicada de aceitar. Me pergunto quantos jovens ainda terão que morrer para que os outros percebam que a irresponsabilidade traz consequências seríssimas... e por mais quanto tempo ficaremos revoltados com Deus de uma situação que ele não tem culpa... Nós o questionamos: “Por quê? Por quê?”... mas nos esquecemos de ver quantos sinais de que algo não estava indo bem ele nos deu...

Acho que devemos viver intensamente sim cada momento... mas com responsabilidade, sem esquecer que atrelados a nós estão pessoas que nos amam... cativamos as pessoas e depois não podemos abandoná-las de forma tão cruel assim... é egoísmo! Ainda dói... e só o tempo e a esperança de nos encontrarmos um dia é que alivia essa angústia que parece, muitas vezes, interminável.