sábado, 30 de abril de 2011

Síndrome da Perseguição

Vou confessar. Eu tenho a “Síndrome da Perseguição”. É difícil admitir isso, mas é a mais pura verdade. No fundo acho que todo mundo sofre um pouco desse mal; uns com mais, outros com menos intensidade. Não importa o que as pessoas façam, digam ou demonstrem, em alguns momentos, eu diria em muitos, quem é acometido por esse mal será surpreendido pela sensação de que o universo conspira contra seus desejos e que o famoso Murphy inventou aquela maldita lei, única e exclusivamente para reger a sua vida...

Sou o tipo de pessoa capaz de transformar uma comédia, num verdadeiro drama. A ‘Síndrome da Perseguição’ causa cenas que de tão ridículas chegam a ser hilárias...

As pessoas não sorriem para você, elas riem de você! O salto quebra quando a festa começa a ficar animada. O filho mais fofo da sua melhor amiga passa pelo colo de todas as ‘tias’, quando ele finalmente chega aos seus braços, te olha nos olhos, com aquele sorriso de anjo e solta uma ‘gorfadinha’ de leite azedo.

Ele te liga quando o seu celular está descarregado. A mensagem que ele manda, os ‘anjinhos do céu’ a surrupiaram ou ela se perde no longo caminho entre a torre de telefonia e seu celular, porque todas as mensagens chegam, menos aquela mais esperada. O amor da sua vida mora em "São João do Muito Longe" e pra piorar têm um monte de piriguete atrás dele. O mais gato da boate não para de olhar em sua direção e quando finalmente ele puxa papo...pergunta da sua amiga.

Você roda horas no estacionamento lotado do shopping e quando avista uma vaga, alguém chega antes. Os correios entram em greve e sua encomenda não chega no prazo esperado. Cai a energia no meio de um trabalho, que por esquecimento ou falta de atenção, não foi salvo.

Todos os dias o bendito guarda-chuvas marca presença na bolsa, mas no dia em que você troca de bolsa e os cabelos estão lindos de morrer para aquele compromisso especial à noite, vem àquela chuvinha e destrói tudo. Mesmo com milhões de habitantes em sua cidade o pombo escolhe sua cabeça como alvo.

Coisas triviais também acontecem às vítimas da síndrome. O bolinho de chuva fica ‘encharcado’, o arroz queima, o suco de uva cai bem naquela blusa branca, que por sinal custou muito cara. O pior de todos os engarrafamentos, bem no dia de uma entrevista para o emprego que há meses você vem batalhando... você está atrasada e o pneu está furado. O telefone toca e o leite derrama da leiteira. A espinha no alto da testa ou na ponta do nariz e sua autoestima lá embaixo.

Enfim você levanta da cama e as pessoas acordam só pra te perseguir. Você acorda e seu anjo da guarda pensa: “mas já? Começa mais um dia exaustivo para cumprir meu trabalho de te proteger”. O universo muda a orbita dos planetas e a trajetória de estrelas e meteoros para provocar o seu inferno astral..e os acontecimentos reforçam o diagnóstico de “Síndrome da Perseguição”.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quero...

Quero amar, mas tenho medo de me entregar. Tenho medo do que possa encontrar. Tenho medo de ter medo e ficar presa dentro de uma bolha sem sentido. Quero estar com você. Quero ser feliz ao seu lado, mas tenho medo de que não queira a mesma coisa...Ahhh, medo! Palavrinha tão pequena, mas que nos coloca grandes amarras...Quero arrancar de mim esse medo...

Quero relembrar as coisas boas que vivemos e me perder nas fantasias que virá. Quero sentir o meu coração disparar mais vezes. Quero ver você chegar...sorrir e me abraçar. Quero sentir aquele friozinho na barriga quando te ver. Quero que você repudie o meu desalento quando vier. Quero que me pegue no colo. Quero que me ligue no meio do dia, ou no meio da noite, só pra me surpreender, mas não quero que faça sempre pra não cair na rotina...

Quero deitar com você depois de um longo dia, só pra ouvir a sua respiração. Quero que me beije a testa e diga que tudo acabará bem. Quero estar ao seu lado como naquela canção: "...pra cuidar de você te proteger, te fazer sorrir, te entender, te ouvir e quando tiver cansado, cantar pra você dormir...". Quero que seja aquele amor que me enche de arrepios, que me beije a orelha ciente das 'consequências'. 

Quero estar com aquele que segura a minha nuca e que sabe me pegar pela cintura de um jeito encantador...envolvente. Quero que compartilhe comigo suas inquietudes e que tenha paciência nos meus momentos insanos. Quero dormir abraçada...largada em cima do peito que me acolhe, que me sustenta quando tudo desaba. Aquele abrigo forte, que me enche de desejo, que supre todas as minhas carências e conforta não só o meu pranto, mas todas as minhas angústias.

"Não quero" que diga todos os dias que me ama, mas quero que me mostre no sorriso o quão real é o nosso querer...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fuga?

Nos últimos tempos, sinto como se minha vida fosse uma viagem de avião, o problema é que não há pouso seguro. Estou a caminho de um lugar que eu não sei exatamente qual é e nem ao menos tem previsão de chegada...literalmente tenho a sensação de que minha cidade de destino não é onde moro.

“Temos duas saídas de emergência na parte dianteira, duas na parte traseira e uma à sua direita” - preciso seguir essa instrução de voo na vida real! Toda vez que tenho a oportunidade de espairecer...Minhas saídas de emergência são usadas em todos os feriados prolongados ou finais de semana programados para viajar.

“Por medidas de segurança permaneçam com o cinto atado durante todo o voo, conforme demonstração: unam as pontas e ajustem-no ao corpo, para abri-lo puxem a parte superior” - cada vez estou mais cética em relação às pessoas e inúmeras situações. Meu cinto que há muito estava esquecido, se tornou meu fiel companheiro, é ele quem me protege em casos de turbulência. Hoje já não saio mais ‘quebrada’ das relações, e não estou me referindo apenas às amorosas, no máximo, fico com algumas escoriações, que com o tempo aprendi a tratá-las, e agora, cicatrizam rapidamente.

“Esta aeronave possui luzes indicativas de emergência ao longo do corredor, no teto e nas saídas” - aquela leve brilho está cada dia mais forte, e ele sinaliza para algumas mudanças que eu preciso aderir se eu realmente quero encontrar o tão sonhado destino desta viagem!

A partir do momento da aterrissagem em terras rio-pretense inicio as tão temidas explicações dos comissários de bordo: “em caso de despressurização da cabine, máscaras de oxigênio cairão automaticamente...” - visto minhas máscaras para conseguir encarar a rotina do dia a dia...e isso é possível de uma maneira, posso dizer até que suportável e em alguns momentos agradáveis, porque nessa fase de viagem-sem-previsão-de-pouso é o colinho dos meus pais e a amizade de pessoas especiais.

"Bem vindo a São José do Rio Preto / Welcome to São José do Rio Preto" - soa como uma frase irônica aos meus ouvidos, é o fim de mais uma viagem, é o recomeço da contagem regressiva para a próxima vez que estarei de malas prontas...

Um amigo me disse que esse ‘não gostar de Rio Preto’ é fuga de algo que está em mim! Será? Talvez...Se é fuga ou não, eu não sei definir. Mas, se realmente, for fuga eu não me importo de fugir....

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Rifa-se um coração

"Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões. Um pouco inconsequente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.

Um leviano e precipitado coração, que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista...Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido...tantas vezes provocado....tantas vezes impulsivo...

Rifa-se este desequilibrado emocional que, abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado, indicado apenas para quem quer viver intensamente e, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente, que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: "O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga, um coração que não seja tão inconsequente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.

Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta."

Clarice Lispector

quarta-feira, 20 de abril de 2011

E você, já realizou seu sonho?

Todos nós temos um sonho [ou muitos deles] na vida e realizá-los deve ser a razão de nossa existência. Não há receita pronta ou dica dos vencedores que possa ser aplicada a todos. Cabe a cada um descobrir qual o melhor caminho para se chegar ao êxito, seja profissional ou pessoal.

A busca por um sonho pode ser iniciada exatamente onde você está neste momento. Quem tem um ideal arruma um meio, quem não tem arruma desculpas, que servem como justificativas para os fracassos. Aqueles que se apoiam nas desculpas como muletas, acabam se tornando vítima das próprias atitudes, ou da falta delas...

As ferramentas necessárias para alcançar um objetivo podem estar diante de seus olhos e você não as enxergar. Talvez seja preciso muito tempo, muita preparação e muita luta para que você se sinta realizado.

Nessa caminhada passamos por provações, por dificuldades, desânimos. A vontade de desistir irá bater à porta, por mais de uma vez...até que as lições necessárias tenham sido aprendidas. Mas se nos recusarmos a cursar a escola da vida, se nos negarmos a iniciar nossa empreitada, jamais desfrutaremos dos melhores momentos da vida: ver os sonhos se tornarem realidade.

Partir em busca dos ideais é a única forma segura e eficiente de um dia, seja num futuro próximo ou nem tanto, termos orgulho da nossa própria história. Por isso, esteja disposto a percorrer o seu caminho! Com disciplina, paixão e foco, é possível alcançar o que antes era apenas imaginação. O que seriam dos desertos de desesperança sem as miragens dos nossos sonhos?!

E você, já realizou seu sonho?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amor Platônico...

Qual a tua necessidade em revirar o passado? Por que depois de anos você aparece e age como se eu fosse cair em suas graças? Por que me faz lembrar de algo que tento esquecer? Algo que não existiu, que foi simples fruto da minha imaginação, mas que me fez suspirar... FEZ, no passado, não faz mais! Por que achava que eu iria te querer? Achou mesmo que o meu coração dispararia quando aparecesse novamente? Por que aquela pergunta só veio depois de tanto tempo?!

Não é porque o teu sorriso continua o mesmo, que as coisas não mudaram. Não é porque o teu jeito ainda é o mesmo, que as coisas serão como já foram. Não é porque continua aquele cara interessante... simpático... educado e misterioso, que tudo será como antes, viu!? E, por favor, não me venha com o seu "Olá, tudo bem?" de garoto tímido-conquistador...que já não me amolece mais... Não, não e não, as coisas não serão iguais!

Você pertencia a outra e isso me afastou. Esse negócio de ser a segunda não é pra mim! Te amei e para não sofrer nem a sua amizade desejei... Me afastei... Por mais que achasse que eu nunca te notei sempre te vi, logo ali na outra porta... às vezes de longe... através de uma janela...um vidro... eu sempre estive ali. E agora como num 'sonho' você reaparece... só agora?? Saiba que não perturbará as minhas noites novamente. Não pensarei em você e não irá pra cama comigo como das outras vezes... em pensamento e em diálogos inexistentes. Chega de pensar incessantemente em você... em nós... em como seria SE desse certo, SE ficássemos juntos... SE fôssemos mais que amigos... mas nunca houve um nós... nunca houve um SE.

Sim, as coisas poderiam ter sido diferente, mas não foram... Ok, tudo bem! No fundo não posso negar que não me faz suspirar mais... que não me deixa fora de órbita... que já não me tira do sério... A diferença é que agora eu tenho o domínio, ainda que não pareça, mas sei sobre o que devo gostar, pensar, falar... sonhar...

Não pense que ainda sinto algo... acho que são apenas resquícios, queira eu, de um amor inventado, mas que eu insisti em guardar... em me iludir. Foi segredo, até pra mim. Desejo que seja amado, como um dia te amei... Que seja querido, como um dia eu te quis. Desejo que seja feliz... mesmo longe... mesmo distante...

sábado, 16 de abril de 2011

Nossas pernas crescem e os sonhos encurtam!

A vida adulta não é fácil para a maioria das pessoas. Escassez de emprego, não se ganha o suficiente, não se tem reconhecimento, ou ainda, não há paixão pelo que faz...

Quando crianças, imaginamos mil coisas e temos a crença irrefutável de que mudaremos o mundo! – “Ah, quando eu crescer, vou poder fazer tudo aquilo que eu quiser e que meus pais não deixam”. Quem nunca quis ser adulto na infância? E eis que surge aquele cisquinho no olho, tão pequeno, mas que incomoda tanto: a frustração!

Descobre-se que o ‘mundo adulto’ não é tão fácil e divertido como levamos a maior parte da vida acreditando...É preciso abrir mão, fazer concessões, ter responsabilidades, amadurecer aquele lado infantil que teima em sobressair nos momentos mais inoportunos, aprender a lidar com os outros, e o mais complicado, saber lidar consigo mesmo...

Chega a hora de conhecer a única pessoa que pode te ajudar nessa empreitada: você mesmo! O autoconhecimento é primordial para lidar com as adversidades, e até mesmo, para aproveitar melhor os bons momentos que a vida oferta. Ninguém melhor do que nós mesmos para nos ensinar como viver uma vida que realmente vale à pena. Já que “a maioria das pessoas não vive, apenas existe” (Oscar Wilde).

Muitos nascem, crescem e morrem. Nesse ínterim, estudam, se formam, trabalham, casam, têm filhos, netos, pagam seus impostos, fazem compras, limpam a casa, cozinham, saem para se divertir, professam uma fé ou ideologia, torcem por seus times de coração, celebram o “ano novo”, brincam o carnaval, vão a festas, viajam, e tantas outras coisas que passam a falsa sensação de ‘estar vivendo’, no entanto, estão apenas existindo, ou no máximo sobrevivendo.

Viver de fato, é diferente! Para viver é essencial ter paixão, àquela que faz a vida ter sentido, paixão pelas pessoas, pelos animais, pela natureza, àquela que encanta o coração daqueles que te rodeiam! Paixão pelo trabalho, pelos momentos de descanso! Paixão nas descobertas, como as crianças têm! O nosso problema é que "nossas pernas crescem e os sonhos encurtam"!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Parte 2: Coisinhas! Aquilo que tira você do sério

Chiclete fazendo linha no sapato, cabelo despenteado, sentar no banco molhado, a cara do seu pai quando você apresenta o namorado. Chuva na hora de sair, salto quebrado, cólica de todo mês, companheiro de trabalho folgado, chefe sem noção, maquiagem borrada.

Churrasco cancelado, compras ao shopping limitadas! Celular sem crédito, SMS que falta parte, resposta de MSN que não vem. Dor de barriga na hora imprópria, paquerinha chato, amigo intrometido, Orkut bloqueado, mulher de TPM.

Namorado ‘ciumento-obsessivo-possessivo’, frescura de namorada, trânsito parado, almoço na casa da sogra, criança birrenta. Fofocas com as amigas interrompidas, carência sem motivos. Ônibus lotado, gente estressada, você mesma (o) irritada (o)!

Ideia que não surge. Irmão mais novo. Irmã grudenta. Balada parada, micareta ‘infantil’. Sermão de mãe. Computador travado, internet lenta.

O lanche errado depois de meia hora de espera. Fila de banco. Fila de supermercado! Aguardar na linha. Ansiedade na hora de expor um trabalho. Ligação de telemarketing. E-mail importante que não chega, entrevista desmarcada, final de campeonato de futebol bem no dia ‘daquela’ festa.

Regime forçado, celulite grudada, estria encalacrada, espinha no meio da testa! Gente puxa-saco, gente forçada, gente fingida, foto ridícula. Comida esquentada, a rapa da panela, jiló na marmita. Coca quente, banheiro ocupado, celular sem bateria.

A espera ‘daquela’ ligação! Ver o ex com outra. Aquela tia que sempre te pergunta: “E ai, minha filha, cadê o namorado?”. Sono que não vem, acordar cedo e ainda com o pé esquerdo! Ufa, ainda bem que o dia acabou...

Quer conferir o primeiro post que me tirou do sério? Clique aqui!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Saudade de um amor


Saudade de quem mexeu, ou ainda, mexe com os meus sentimentos!
Saudade do cheiro, da pele, do toque, do abraço apertado, do sorriso. Ah o jeito de falar sorrindo, esse take não sai da memória...
Saudade das palavras não ditas, que os olhos teimavam em disfarçar.
Saudade da alegria estampada no rosto quando ele estava ao lado.
Saudade daquele que me faz sentir a vida de uma maneira incompreensível.
Saudade dele, que me faz descobrir o sentido imensurável do mundo, com outros olhos, outros tons, outros sons, outros sabores...
Saudade do aconchego, do carinho, do cafuné, que nenhuma outra pessoa no mundo é capaz de fazer igual...
Saudade das tentativas em decifrar as emoções...do encantamento, da conquista...
Saudade do amor sem pudor... amor inocente, sem vergonha... amor sem conceitos, sem defeitos...
Saudade até do que não era tão ‘fofo’...o ronco, as implicâncias, as ‘discussões’ bobas, os ciúmes desnecessários...
Saudade do beijo doce no encontro, até mesmo do salgado da lágrima na despedida!
Enfim, saudades de momentos que nem sempre são valorizados tanto quanto deveriam, instantes àqueles que dinheiro nenhum do mundo paga...que força alguma faz esquecer!

‘Saudade’, essa palavrinha que traz intrínseca muitos sentimentos, de significados complexos...palavra que supostamente só existe na Língua Portuguesa...

Como disse o poeta chileno Pablo Neruda:

“E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver”

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Marley & Eu

Ultimamente ando um pouco mais emotiva que o normal. Reconheço que isso me assusta. Não sou muito desse tipo, mas também admito que a sensação não é tão ruim!

O que me fez reconhecer essa sutil mudança de comportamento foi um livro e um cachorro. Sim, sim, sim, me refiro à história do cão mais terrível do nosso planeta! Nenhum mais, nenhum menos do que "Marley & Eu: a Vida e o Amor ao Lado do Pior Cão do Mundo".

Travesso, maluco, inconsequente, irracional! Carinhoso, amigo, sincero, fiel, divertido e totalmente racional. Um cachorro com várias qualidades e ‘recheado’ de defeitos.

Numa rápida pesquisa vi que ele foi um dos livros mais vendidos de 2009, entre os meses de janeiro a julho do mesmo ano.

O autor do livro, John Grogan também é jornalista e tem um jeito de escrever bem descontraído, como eu gosto. O best-seller, narrado em primeira pessoa, conta a história real de um labrador americano extremamente 'diferente’.

Quem tem cachorro em casa realmente se reconhece no livro. Pelo menos foi assim comigo! Tenho uma vira-lata metida a basset, de seis anos, que sempre achei terrível, até conhecer Marley! (a minha é um doce!).

Na vida da família Grogan, foram longos 13 anos ao lado desse cachorrinho dócil, desajeitado, sensível e com um amor incondicional. Sempre achamos que o nosso é melhor, mas pela forma que o autor narra o seu fiel companheiro, nada é comparável!

Os jovens John e Jenny estavam recém casados, começando uma nova vida e com grandes desafios pela frente. Para completar a alegria do casal, nada melhor do que um animal de estimação. A única coisa que eles não contavam era que o animalzinho iria constantemente arrombar portas, babar nas vistas, cavoucar a parede, o chão, comer roupas do varal e muitas, muitas outras travessuras que estão de fio a pavil no livro.

É praticamente tão impossível não rir sozinho durante a leitura no início do texto, quanto é difícil não se emocionar com o final. Não acredita? Então confira você também, leia!

sábado, 9 de abril de 2011

Novos erros!

Não cometa os mesmos erros! Existem tantos novos...pra que insistir nos mesmos enganos, nas mesmas mentiras, frustrações, decepções...Viva novas aventuras! Colecione estórias, amigos, amores, dores, saudades, pecados, alegrias, sucessos e fracassos... Somos uma eterna reticência, enquanto respirarmos há muito o que se viver...

Não precisamos provar nada a ninguém! Chegamos e iremos partir desse mundo só, portanto não devemos viver pautado por cobranças, mesmo que elas venham das pessoas que mais amamos.

Quando cometemos os mesmos erros, teremos os mesmos resultados! Já o contrário possibilita chances significativas de que o final seja outro... O passado não pode ‘contaminar’ o futuro. Cada momento esconde uma nova oportunidade.

A estrada que iremos percorrer na vida só pode ser definida por cada um e, principalmente, de forma individual. É possível fazer um arranjo infinito de possibilidades. Quando a insatisfação toma conta dos dias é preciso lembrar de que há uma abundância de outras opções. A desilusão e o desapontamento com a atual realidade é um sinal de que é necessário investir em mudanças!

A limitação de continuar com os erros do passado existe apenas na nossa mente. Costumo pontuar que uma das coisas mais importantes da vida, aquilo que nos move, é a expectativa por um novo dia.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sete de abril, esse é o nosso dia!

Como sabemos, a comunicação sempre esteve presente desde que o mundo é mundo. O homem sempre teve a necessidade de se comunicar e foi a fala, uma das ligações do desenvolvimento humano. Após desenvolvê-la, o homem inventou as primeiras tentativas de armazenar informação, as chamadas pinturas rupestres. Ao adicionar significados aos desenhos, o homem ‘criou’ a escrita. Associando sons aos significados originou a fonética.  Resultado de toda essa mistura: a Comunicação.

Daí então, a comunicação foi aprimorada e vem sendo usada para vários fins, um deles é o jornalismo, atividade que visa formar e informar cidadãos. A profissão lida com notícias, dados factuais e divulgação de informações. E aqui entra o bom e velho jornalista.

Responsável por apurar, redigir, editar e publicar a notícia, o jornalista carrega consigo a voz do povo, desde os mais necessitados até as pessoas do alto escalão. O jornalista é responsável pela interpretação da realidade. É ele que deve passar de maneira clara, simples e objetiva as reais intenções, comportamentos e valores de determinados assuntos.

Infelizmente nossa classe foi bombardeada pela “desvalorização” dos profissionais. Sim, a desregularização da profissão, em 2009, deu o que falar e abriu concessão para que várias pessoas (muitas vezes desqualificadas) exercessem tal cargo. Graças a Deus, o bom senso de alguns responsáveis da Comunicação não permitiu que a peteca caísse e conservou grande parte dos profissionais ‘exigindo’ que eles tenham em seu currículo uma formação acadêmica. Em uma profissão em que o ‘empregado’ deve ser tão apaixonado pelo o que faz e a dedicação deve ser tão intensa, podemos ver quem realmente sabe o que faz.

Lutamos há anos pela ‘democracia’. Pela liberdade de imprensa! Apesar de não regulamentados ainda temos o nosso dia (parabéns pra nós! rsrsr) e a consciência de que a arte de ser jornalista não é fácil como ‘parece’ e nem com anos e anos de estrada é possível aprender tudo. Mas como bons jornalistas, sabemos o 'básico' e somos cientes que o verdadeiro profissional:

"Não fala - informa
Não passeia - viaja a trabalho
Não conversa - entrevista
Não faz lanche - almoça em horário incomum
Não é chato - é crítico
Não tem olheiras - tem marcas de guerra
Não se confunde - perde a pauta
Não esquece de assinar - é anônimo
Não se acha - ele já é reconhecido
Não influência - forma opinião
Não conta história - reconstrói
Não omite fatos - edita-os
Não pensa em trabalho - vive o trabalho
Não vai a festas - faz cobertura
Não acha - tem opinião
Não fofoca - repassa informação
Não para - pausa
Não mente - equivoca-se
Não chora - se emociona
Não some - trabalha em off
Não lê - busca informação
Não traz novidade - dá furo de reportagem
Não tem problema - tem situação
Não tem muitos amigos - tem muitos contatos
Não briga - debate
Não usa carro - mas sim veículo
Não é esquecido - é eternizado pela crítica
Jornalista não morre – apenas coloca um ponto final."
Autor Desconhecido
Feliz dia do Jornalista!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Viver sem amigos é morrer sem testemunhas" (George Herbert)

Essa frase me inspirou a escrever esse texto, que é uma forma de dizer às pessoas que amo o quanto são especiais e importantes na minha vida. Àqueles que são a família que pude escolher:

Desejei ser racional, desisti, pois me deparei com minhas contradições. Tentei ser extrema­mente lógico, cartesiana, matemática, desisti. Minha emoção me traiu. E, ainda bem que foi assim, pois 'deixei' que pessoas maravilhosas e cheias de defeitos e virtudes dividissem momentos ao meu lado.

Em virtude do meu “sentimentalismo barato” tive a oportunidade de ter amigos que me acrescentaram muitas lições de vida, sem contar os porres divididos, as noites jogando conversa fora nos barzinhos da vida, as micaretas, churrascos regados a muita cerveja, whisky, caipirinhas, vodkas...sem contar os “papos cabeça” que me fizeram amadurecer e dar muitas risadas de nossa insensatez, dos quem tem 20 e poucos anos.

Os amigos são essenciais na fase típica daqueles que estão encarando as responsabilidades da fase adulta, sem querer deixar as alegrias da juventude para trás...momentos que, com certeza, são inesquecíveis....

Tenho muitas dúvidas a respeito do significado que damos à vida, a importância que direcionamos aos que se fazem presente no nosso dia a dia, mas uma coisa eu tenho certeza: minha vida tem sabor, tem tempero...porque pessoas maravilhosas cruzaram o meu caminho...

Sou, indubitavelmente, uma pessoa privilegiada neste quesito. Abençoada com amizades verdadeiras de longa data, outras um pouco mais recentes...cada qual com a sua peculiaridade, amigos casados e com filhos, amigos para sair, para viajar, amigos de profissão (tá, eu só tenho uma rsrs), enfim AMIGOS!

Sócrates resumiu a amizade assim: "O amigo deve ser como o dinheiro, cujo valor já conhecemos antes de termos necessidade dele".

William Shakespeare definiu a sua necessidade: "Eu aprendi que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto".

"O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado", disse Vinícius de Moraes. Eu desejo continuar dividindo minha dose com vocês!!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Preciso

Outro dia, ouvindo a música do Jota Quest, “É preciso”, percebi o quanto precisamos de certas coisas que muitas vezes consideramos irrelevantes. Sei que tenho escrito textos um tanto quanto “auto-ajuda”, mas acho que é algo que eu estou externando, algo sobre o qual nunca achei que iria falar, (muito menos escrever). Bom, e aqui vai mais um...

Falar sobre as minhas inquietudes, incompreensão, incoerências, dificuldades, erros, sempre foi difícil, ajudar as pessoas a resolverem seus ‘problemas’, é ‘fácil’. Difícil é lidar com os nossos, não é verdade?! Descobri que ao escrever, mesmo depois de reler e achar que o texto parece ser meio melo-dramatico, me ajuda a ver as coisas com outros olhos. Faz-me sentir mais sensível e mais perceptível a certas necessidades. Necessidades ilógicas algumas vezes, necessárias outras tantas e precisas em muitos casos.

Descobri que preciso de tantas coisas...Preciso de mais amor e mais paciência. Preciso acabar de ler aquela meia dúzia de livros antes de adquirir mais alguns. Preciso plantar uma árvore, preciso escrever um livro. Preciso voltar a tomar refrigerante. Preciso ser ‘mãe’ de família. Preciso de um filho! Preciso de uma casa na praia pra relaxar, de um computador melhor pra não me estressar. Preciso de mimos...

Preciso participar de um racha (mesmo sabendo que é proibido). Preciso pular de paraquedas. Preciso ser menos implicante, menos chata. Preciso fazer mais e falar menos. Preciso estudar mais e escrever melhor. Preciso sair menos e sair mais! Preciso transcrever minhas ideias com mais nexos (fundamental)! Preciso aprender a cantar e dançar. Preciso aprender inglês, espanhol, italiano...Preciso aprender a falar de-va-gar, com calma. Aliás, preciso aprender a ser calma e a controlar minha ansiedade. Preciso aprender a fazer bolos confeitados, bonitos e comestíveis. Preciso aprender a fritar ovos e aprender a esperar chegar a minha vez...Preciso dormir mais e sonhar mais. Preciso dormir menos e aproveitar mais a vida...Preciso comer coisas mais saudáveis (isso inclui o bom e velho chocolate). Preciso ser mais feliz!

Preciso de mais horas nos meus dias, mais dias nas minhas semanas, mais semanas nos meus meses, e claro, mais meses no meu ano! Preciso ser mais educada, mais sensível. Preciso me apaixonar com mais intensidade, viver cada momento, “como se não houvesse amanhã...”. Preciso confiar mais em mim, no meu trabalho! Preciso acreditar mais nas pessoas. Preciso acreditar mais na vida! Preciso ser mais paciente, mais ponderável. Preciso ser mais crítica, mais responsável. Preciso dedicar mais tempo pra mim mesma. Preciso ir ao cinema com mais frequência, fazer uma longa caminhada, sair com os amigos e preciso ficar mais tempo sozinha! Preciso ir ao teatro e tomar banho de chuva. Preciso usar menos ponto de interrogação!!! Preciso de mais amigos, mais inimigos, mais vitórias, talvez até algumas derrotas para aprender mais algumas lições!

Preciso de mudanças. Preciso de um caminho diferente pra seguir. Preciso de respostas para algumas perguntas. Preciso de algo que ainda não sei bem o que é, mas que busco a cada dia com mais intensidade.

sábado, 2 de abril de 2011

Eis a questão...

Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Esse dilema ilustra bem o porquê optei por trilhar a minha vida profissional nos meios de comunicação. Talvez a ligação esteja na experiência em ter atuado durante um ano como repórter estagiária em um jornal em São José do Rio Preto (SP). Será que meu ensejo em ser repórter pode ser atribuído a essa experiência? Ou a reportagem está em mim desde o dia em que vim ao mundo e essa passagem pelo jornalismo impresso foi apenas a constatação de que a minha vida profissional não poderia ser outra senão o jornalismo.

Durante esse período pude observar que jornalismo não é uma profissão burocrática em que você tem hora certa para entrar e sair. Você está nele 24 horas por dia. Porque mesmo nos horários de folga, a aguçada percepção do jornalista nota que mesmo coisas do cotidiano que passariam em branco por qualquer outro profissional, pode e muitas vezes se torna o início de um belo trabalho que trará grandes resultados.

O primeiro atributo de um autêntico jornalista é a curiosidade comunicativa, que difere da curiosidade pura e simples, porque se reveste de insopitável desejo de passar adiante a informação obtida ou o fato testemunhado, juntando-lhe fatos novos e comentários. Diante de uma ocorrência, o homem comum para, informa-se e segue o seu caminho, indiferente se tal fato não lhe diz respeito imediato; o intelectual e o cientista igualmente param, informam-se e prosseguem, retirando dela algumas inferências particulares, ligadas à sua ordem cultural; o jornalista age diferente. A sua parada é mais longa e mais intensa; a informação que colhe é mais completa e tem aplicação imediata e ele lhe dá forma, julga-a, pesa-a, não em função dos seus próprios interesses, mas da sociedade, pois se sente receptor e transmissor.

Nada lhe passa em brancas nuvens, ‘tudo é pauta’. Isso porque se não é, o jornalista criativo e compromissado com o seu dever de informar, a transforma. Ao contrário de outros profissionais que podem repousar após o cumprimento de uma etapa de trabalho – o advogado em seguida a uma causa julgada; o engenheiro após a conclusão de um projeto – o jornalista está sempre em função desde que os fatos se sucedem numa aglutinação dinâmica, que provoca sempre no observador uma reação que culmina na criação de uma notícia.

A fecundidade jornalística, o ato de fazer um ‘parto de uma matéria’ extraindo a substância do fato e apresentando-a ao público sob a forma de notícia, se revela outra manifestação de sua atividade que me envolve. Por isso, o jornalista deve adquirir conhecimento, em todo o campo da atividade humana, em qualquer lugar que ela se dê. Mas, principalmente para se fazer um jornalismo voltado para atender aos anseios da sociedade, o jornalista tem que estar antenado com o que está a sua volta. O que ela necessita? Quais são os seus problemas? O que está sendo feito para resolvê-los? Quais são as atividades que participam? Quais as atividades que desenvolvem? O que os órgãos públicos têm feito? Quais foram os resultados alcançados? Quais as dificuldades encontradas? As alternativas possíveis para enfrentá-los e o que está sendo feito?

O profissional que executa um trabalho criador, inovador, poliformo e complexo, jamais admitirá o que mostra as aparências, ele vai a fundo, investiga, desvenda os mistérios que existem em toda simplificação que alguém queira lhe ´vender´ como certeza. A investigação jornalística é outro ponto que não pode ser deixado de lado para aqueles que atuam na comunicação social.

A imprensa, mesmo que metamorfoseada em uma estranha abstração chamada mídia, concentra um poder enorme, classificado por intelectuais e pela própria população como o 4º Poder. E esse poder é o que me fascina. Qual é a sua essência? Qual a sua importância na vida da sociedade? A relação entre o cidadão e a imprensa, que se não permitiram ainda um avanço para transformar a imprensa em um agente dos interesses públicos, indicam caminhos e possibilidades neste rumo. E eu quero estar nessa trilha em direção a um mundo melhor para se viver...